Antônio conselheiro
Perdeu o pai aos 27 anos. Passou então a cuidar do armazém da família, com o qual sustentava suas quatro irmãs. Ficou só dois anos à frente do negócio, pois casou e passou a dar aula numa escola de fazenda.
Graças ao que aprendera na escola e sobretudo a seu esforço pessoal, tornou-se escrivão de cartório, solicitador (encarregado de encaminhar as petições ao Poder Judiciário) e rábula (advogado sem diploma). Em 1861, depois de ter sido abandonado pela mulher, começou a andar pelo Nordeste, reformando igrejas e cemitérios e pregando o Evangelho, o que atraiu muitos camponeses. Como dava conselhos baseados em mensagens religiosas, ficou conhecido como Antônio Conselheiro. Em 1874, Conselheiro fundou o Arraial Bom Jesus, a 217 km de Salvador. Conselheiro incomodava os grandes proprietários de terra, que perdiam empregados que o seguiam, e o clero, que não tolerava um leigo como portador da palavra de Deus. No ano de 1878, uma grande seca atingiu o sertão, matando milhares de pessoas de fome. Antônio Conselheiro, percorreu as regiões afetadas pela seca para socorrer os flagelados. Passou a ser considerado um santo, aumentando o número de pessoas que o acompanhavam.
Em 1893, ao passar pela cidade de Bom Conselho, Antônio Conselheiro mandou arrancar e queimar as ordens de cobrança de impostos, coladas nos postes da cidade.
Além dos latifundiários e da Igreja, Conselheiro ganhou a inimizade das autoridades do governo republicano.
Foi nesse mesmo ano que o grupo do Conselheiro chegou a uma fazenda abandonada às margens do rio Vaza-Barris, numa afastada região do norte