Antipsicóticos Atipicos
A Clozapina é um antipsicótico que tem demonstrado ser diferente dos neurolépticos clássicos. Em estudos farmacológicos experimentais Clozapina não induz catalepsia nem inibe o comportamento estereotipado induzido por apomorfina ou anfetamina.
A droga apresenta apenas fraca atividade bloqueadora de dopamina em receptores D1, D2, D3 e D5, mas demonstra elevada potência em receptores D4, além de potente efeito antiadrenérgico, anticolinérgico, anti-histamínico e inibidor da reação de alerta. Apresenta também propriedades anti-serotoninérgicas.
Clinicamente Clozapina produz sedação rápida e acentuada e exerce potente efeito antipsicótico. É de particular interesse que este é observado em pacientes esquizofrênicos resistentes a outros tratamentos medicamentosos. Nesses pacientes, clozapina é eficaz no alívio tanto de sintomas positivos como negativos.
Observa-se melhora clínica relevante em cerca de um terço dos pacientes nas primeiras seis semanas de tratamento e em aproximadamente 60% dos pacientes nos quais se mantém o tratamento por até 12 meses. Além disso, tem sido descrita melhora em alguns aspectos de alterações cognitivas.
Estudos epidemiológicos demonstraram também uma redução de aproximadamente sete vezes na ocorrência de suicídio e tentativas de suicídio em pacientes tratados com Clozapina, comparadas a esquizofrênicos não tratados com Clozapina. A Clozapina é único no sentido de que não produz virtualmente nenhuma das reações extrapiramidais mais relevantes, como distonia aguda. Síndrome parkinsoniana e acatisia são raras.
Ao contrário dos neurolépticos clássicos, a Clozapina produz pequena ou nenhuma elevação de prolactina, evitando, portanto, efeitos colaterais como ginecomastia, amenorréia, galactorréia e impotência sexual. Uma reação adversa potencialmente grave produzida pelo tratamento com clozapina é granulocitopenia e agranulocitose, com ocorrência estimada de 3% e 0,7%, respectivamente.
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