anemias

Anemia ferropriva
A deficiência de ferro é uma das doenças crônicas mais comuns. Desenvolve-se em três estágios: 1) depleção dos estoques de ferro, isto é, diminuição dos estoques de ferro do sistema reticulo-endotelial caracterizada laboratorialmente pela diminuição de ferritina; 2) depleção mais intensa dos estoques de ferro com diminuição da concentração de ferro no sangue e da saturação de transferrina, proteína que carrega o ferro na circulação; 3) a intensificação da depleção de ferro descrita acima passa a interferir na síntese do grupo heme que compõe a hemoglobina, produzindo anemia. Além da deficiência da produção de heme, que é responsável pela anemia, pode existir também deficiência de outras enzimas que contêm ferro em sua composição, como succinildesidrogenase e citocromos, que podem contribuir para os demais sintomas da depleção de ferro, como fadiga, fraqueza (muitas vezes desproporcionais no nível de anemia presente), irritabilidade, cefaleia e alterações cognitivas. A deficiência de ferro pode causar ainda glossite, queilite, disfagia causada por divertículo esofágico (síndrome de Plummer-Vinson), alterações ungueais (coiloníquia) e queda de cabelo. Pode existir ainda apetite por substâncias não-nutritivas, como gelo ou argila, sendo este apetite aberrante denominado pica. O exame clinico pode evidenciar palidez, taquicardia, atrofia da mucosa das papilas linguais (glossite), queilite, alterações ungueais (raras) e, ocasionalmente, a ponta do baço pode ser palpável.
Laboratorialmente, há anisocitose com consequente aumento da faixa de distribuição do tamanho das hemácias (RDW), ovalócitos, hipocromia, microcitose e reticulocitopenia. Pode ocorrer trombocitose e, no mielograma, há diminuição do ferro sérico e aumento da transferrina, com consequente diminuição de sua saturação que, geralmente, cai abaixo de 10 a 15%. A ferritina geralmente está abaixo de 10 mcg/L, mais pode estar aumentada na presença de doenças inflamatórias concomitantes e,