Anemia Falciforme
Nada deixa uma mãe mais arrasada que pegar seu filho na escola e ver uma marca de mordida em seu braço. Logo quer falar com a professora para saber quem foi, que providências foram tomadas, além do pedido de maior cuidado para que isso não se repita. Lamento dizer: pedido em vão! Não é por falta de cuidado do adulto que a criança morde, mas por conta de seu momento de desenvolvimento.
Até por volta dos três anos de idade as mordidas são normais entre as crianças, isto porque como sua linguagem ainda não está totalmente desenvolvida, não fala com tanta fluência. Não conseguindo expressar seus desejos através da palavra, as agressões físicas como os empurrões, puxões de cabelo e as famosas mordidas são o recurso mais rápido para responder a um desejo contrariado.
Além disso, nesta fase a criança é egocêntrica e acredita que o mundo funciona e existe em função dela. Uma das primeiras maneiras de relacionamento é a disputa por objetos ou pela atenção de alguém, um adulto especial. A intenção da criança ao morder é obter o mais rápido possível aquele objeto de desejo, já que não consegue verbalizar com fluência. Portanto, nada de chamar de “monstrinho” ou “malvado” o coleguinha que morder seu filho. O objetivo da criança é ter seu desejo atendido, a noção de que causou dor e sofrimento no outro ainda não foi desenvolvida.
A integração social é um aprendizado, as crianças não nascem sabendo as noções de boa convivência, muito menos o efeito que suas ações tem sobre o outro e vice-versa, tudo isso é aprendido. Por isso, quando usa o recurso da mordida para conquistar o brinquedo ou a atenção pretendida é preciso, de forma bastante tranqüila e firme, mostrar-lhe as conseqüências de sua ação, mostrando que não é certo morder, pois machuca o outro.
Aos poucos, a medida que a linguagem for sendo desenvolvida e as construções sociais adquiridas, as mordidas vão sendo substituídas pelo diálogo. Desta forma, o melhor é conversar com a criança,