O autor traz como ideia principal no texto a existência de quatro gramáticas que estruturam as relações sociais e o Estado brasileiro, as quais são: clientelismo, corporativismo,insulamento democrático e o universalismo de procedimentos. Abaixo segue algumas definições dessas quatro gramáticas: Clientelismo: a chamada “troca de favores” onde os eleitores são os clientes, sendo assimesse termo tem origem na sociedade rural tradicional, assim como nos laços entre latifundiários e camponeses fundados na reciprocidade, confiança e lealdade; Corporativismo é atribuído a corporaçõesrepresentativas dos interessses econômicos, industriais ou profissionais, nomeadas por intermédio de associações de classe, e que através dos quais os cidadãos devidamente enquadrados participam davida política. Desta forma propõ-se eliminar o fortalecimento das classes de trabalhadores unidas entre si, para que por meio de corporações de classe esse poder de luta seja desmembrado em interessesparticulares de cada categoria; Insulamento Burocrático: foi a forma pela qual o núcleo técnico do Estado, as elites tecnoburocrátas e empresariais driblaram a arena controlada pelos partidos, sendo omeio junto com o Universalismo de procedimentos de conter a irracionalidade populista considerada então inerente aos políticos, assim por meio do insulamento burocrático os tecnobrurocratas estatais seprotegiam da influência política em agências do governo. O Universalismo de procedimentos confere uma aura de modernidade e de legitimidade pública ao sistema político e as instituições formais –representa a retórica dos intelectuais e jornalistas e ainda confere legitimidade a vários movimentos sociais de classe média – sempre utilizado quando se trata de aprofundar a democracia e racionalizaras atividades estatais.
No decorrer da historia do Brasil segundo o autor a combinação das quatro gramáticas ocorre de maneira variada, dependendo do momento. No governo de Vargas há