anchieta
O AUTO DE SÃO LOURENÇO, DE JOSÉ DE ANCHIETA
CAMPINA GRANDE
OUTUBRO DE 2014
O SEGUNDO ATO
O Auto de São Lourenço foi escrito pelo padre José de Anchieta, o maior representante da literatura informativa dos jesuítas no Brasil.Nascido na cidade Tenerife, nas Ilhas Canárias, podemos resumir a trajetória do Padre José de Anchieta como uma vida direcionada para o ensino e o sacerdócio. Tendo em sua origem a ascendência nobre, pela parte do pai, e judaica, pelo lado materno, Anchieta foi levado para Portugal para que tivesse formação intelectual.
Ao chegar às terras brasileiras Padre Anchieta demonstrou interesse em conhecer mais profundamente a língua dos nativos. Com o auxílio do Padre Auspicueta, aprendeu os primeiros termos e expressões do “abanheenga”, língua compartilhada por índios tupis e guaranis. Em pouco tempo, percebeu que as línguas faladas por várias tribos tinham uma mesma raiz formada por aspectos semânticos, gramaticais e vocabulares em comum. Além disso, ele escreveu cartas, sermões, poesias e peças teatrais, utilizou os idiomas como o latim, Tupi e português, em suas obras que tiveram uma grande influência missionária.
Essa preocupação com a língua era de essencial importância para a consolidação do projeto evangelizador dos jesuítas, sendo que textos e apresentações artísticas eram produzidos na língua nativa como forma de facilitar a conversão ao cristianismo.Anchieta utilizava em suas poesias as antigas medidas, ou seja, versos de cinco ou sete sílabas dos cancioneiros medievais. Também escreveu poemas de sentido religioso, com versos fáceis de serem cantados em cerimônias da igreja. Na verdade eram poesias essencialmente ingênuas, com conteúdo simples, mas direto, sem muita complexidade para poder ser bem aceito e entendido na sociedade europeia, pois era ela que patrocinava as expedições e viagens. Também com a intenção de catequizar os índios, impor-lhes os conceitos europeus, Anchieta tornou-se o introdutor