Analises do tesouro
“E a fera olhou para a face da bela e ela ficou em suas mãos. E a partir desse dia, a fera estava condenada à morte”.
(Provérbio Árabe)
Analises do Tesouro de Jorge Ricardo Barboza
Do outro lado do atlântico, Eça de Queirós sem esmorecer a escrita, não escapa a luta territorial e transcreve as mesquinharias humanas, sem a prévia preocupação e a necessidade medieval de salvar as almas e os dogmas. “O tesouro” retrata em poucas páginas: astúcia, crimes, egoísmo e suas consequências; os meios de vida que interferem e corrompem os homens. Simbologia
Durante o conto em terceira pessoa revela-se insistentemente o número três, que se refere à representação do inteiro e da família. No caso dos três irmãos Medranhos não revela uma hierarquia (pai, mãe e filhos; ou representações bíblicas como os três reis magos, ou mesmo, a trindade), mas a falta de fraternidade, companheirismo e reconhecimento sanguíneo como nas “três éguas lazarentas”. O tesouro está imaculado num cofre de ferro com três fechaduras contra curiosidade, cobiça e apropriação indevida; e com três chaves que só podem ser usadas juntas. O plano infalível é afiançado pelo individualismo de três alforjes de couro, três maquias de cevada, três empadões e três botelhas de vinho, que os vai conduzir à tragédia. O nome da personagem principal R-U-I é marcado também por esse egoísmo exacerbado, seja pelas três letras que constitui o nome ou conjugação verbal de terceira pessoa do presente do modo indicativo que sugere ao nome significado de desgaste metódico e continuo (sem uso de força excessiva). O individualismo chega ao máximo com Rui se alto intitulando: D-O-M; como se seu titulo anterior de fidalgo não valesse mais nada pelo rebaixamento da aristocracia pela falta de poder financeiro (... em todo o Reino das Astúrias, os fidalgos mais famintos e os mais remendados).
Fora isso, outros símbolos são obscurecidos pela falta de