ANALISE
João Batista Vilanova Artigas (1915-1985) foi um dos mais importantes e influentes arquitetos brasileiros do século XX. A relevância de sua obra não se restringe apenas a sua arquitetura, mas também dos seus escritos e dos seus ensinamentos, que contribuíram para a formação da arquitetura brasileira. Arquiteto, professor e intelectual, Artigas deixou projetos e obras importantes, que constituem a nossa cultura, renovando conceitos que até então estavam presos a um passado colonial e provinciano de São Paulo. Entre os projetos residenciais construídos mais importantes destacamos a residência Olga Baeta (Artigas e Cascaldi, São Paulo, 1956), Rubens de Mendonça (Artigas e Cascaldi, São Paulo, 1956) e Taques Bittencourt 2 (Artigas e Cascaldi, São Paulo, 1959).
O arquiteto projetou cerca de 200 edifícios residenciais durante sua carreira, sendo que aproximadamente 20% deste total, são projetos não executados. Há várias pesquisas que envolvem a obra de Artigas. Porém, o que observamos é a ausência de um estudo sistemático de seus projetos não-construídos. Esta pesquisa procurou preencher esta lacuna.
A obra residencial de Artigas procurou ser uma manifestação da posição do arquiteto na sociedade de sua época. A utilização de novos materiais e técnicas construtivas foram fatores decisivos na mudança da linguagem do arquiteto. Além da mudança construtiva, ele também tinha a intenção de mudar o agenciamento e o programa da casa paulistana. Artigas acreditava que as mudanças na sociedade passaram a exigir uma nova postura dos arquitetos e artistas. Nota-se que durante o percurso de sua carreira, o arquiteto propôs mudanças na organização do programa, na setorização, circulação e conexão entre espaços da casa paulistana. Neste sentido, os projetos não construídos permitem identificar a seqüência de avanços, que contribuíram para o fortalecimento e maturação de suas ideias e obras mais significativas. Segundo Dalva