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O Clube da Luta não é sobre homens, mas sobre meninos
por Victor Lisboa em 03/06/2013 às 0:00 | Artigos e ensaios, Melhor do PdH, Mente e atitude
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1. A confraria dos homens castrados
Não importa o nome do sujeito. Por isso, vamos chamá-lo de “pobre coitado”, certo?
Pois bem, imagine que o pobre coitado tem insônia e só consegue dormir caso se abrace, semanalmente, a um homem castrado e com seios. Embora heterossexual, esse outro sujeito perdeu suas bolas na tentativa de atender o ideal de potência masculina da sociedade moderna — você sabe, bíceps explodindo e coisas do tipo.
E aí temos nosso amigo pobre coitado, abraçado junto aos seios do outro cara, confraternizando com um grupo de homens castrados e chorando religiosamente todas as semanas. Isso deixa nosso herói satisfeito, por mais estranho que pareça. Mas, para ser aceito na comunidade dos homens castrados, ele precisa fingir também ser também um eunuco.
“Ele gosta de mim porque pensa que meus testículos também foram removidos”
Confessa-nos o pobre coitado
É assim que começa Clube da Luta, livro de Chuck Palahniuk publicado em 1996. Apenas três anos depois, o livro resultou no celebrado e controverso filme de David Fincher. Ambos, filme e livro, foram sucessos de público e de crítica. Mais que isso, tornaram-se obras icônicas sobre a identidade masculina e a subversão possível nos dias de hoje.
Aqui, no Papo de Homem, o Luciano e o Breno já falaram a respeito.
Este artigo, por outro lado, não é uma crítica da obra de Chuck ou do trabalho de Fincher, não é uma sinopse e nem pretende entregar as surpresas da trama. Aqui, vamos tentar descobrir a exata natureza da mensagem de Palahniuk e os motivos pelos quais essa mensagem, mesmo quando não é totalmente compreendida, exerce uma curiosa