Analise poética
Análise poética
São Paulo
Análise Poética
São Paulo
2014
INTRODUÇÃO
A presente análise busca trabalhar as estrutura externa, interna e a linguagem poética do poema “O Editor” de Álvares de Azevedo, analisando os aspectos métricos, linguísticos e textuais do poema.
A análise métrica se realizará a partir de estruturas como os versos, pausas, acentos rimas e estrofes, observando se a métrica é executada livremente ou tradicionalmente.
A análise linguística partirá das estruturas fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas adotadas por Azevedo no poema. Por fim a análise textual será utilizada para verificar os sentidos explícitos e implícitos, as possíveis interpretações do leitor expondo a estética, a subjetividade e a coerência como resultado das articulações do poeta.
CORPUS
ÁLVARES DE AZEVEDO
O EDITOR
A poesia transcrita é de Torquato,
Desse pobre poeta enamorado
Pelos encantos de Leonora esquiva,
Copiei-a do próprio manuscrito;
E, para prova da verdade pura
Deste prólogo meu, basta que eu diga
Que a letra era um garrancho indecifrável,
Mistura de borrões e linhas tortas!
Trouxe-ma do Arquivo lá da lua
E decifrou-ma familiar demônio...
Demais... infelizmente é bem verdade
Que Tasso lastimou-se da penúria
De não ter um ceitil para a candeia.
Provo com isso que do mundo todo
O sol é este Deus indefinível,
Ouro, prata, papel, ou mesmo cobre,
Mais santo do que os Papas — o dinheiro!
Byron no seu Don Juan votou-lhe cantos,
Filinto Elísio e Tolentino o sonham,
Foi o Deus de Bocage e d’Aretino,
— Aretino! essa incrível criatura
Lívida, tenebrosa, impura e bela,
Sublime... e sem pudor, onda de lodo
Em que do gênio profanou-se a pérola,
Vaso d’ouro que um óxido terrível
Envenenou de morte, alma — poeta
Que tudo profanou com as mãos imundas
E latiu como um cão mordendo um século...