Análise antologia poética (vinicius de moraes) e capitães da areia (jorge amado)
Soneto de Fidelidade
Vinicius de Moraes
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
Análise:
É um soneto (dois quartetos e dois tercetos).
Rimas no final de cada verso.
Versos decassílabos.
Fala especificamente sobre o amor.
O eu lírico apresenta-se zeloso e apaixonado, quer demonstrar a todos o que sente e que estará ao lado da amada nos momentos bons e ruins.
Mesmo que apaixonado, não acredita na eternidade do sentimento.
Não espera que o amor seja imortal, visto que é chama, e assim como a chama, se apaga.
Rosa de Hiroshima
Vinícius de Moraes Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada Análise:
O termo “rosa” no título se refere à imagem formada na explosão da bomba.
A rosa de Hiroshima, a rosa como flor, pode ser interpretada como uma imagem que causa dor e alegria, paz. Com a rosa podemos nos machuccar com os espinhos, mas seu aroma é gratificante. Assim, aconteceu com a bomba. Causou muita dor, agonia, mas fez nascer um Japão na paz.
No verso “Rotas Alteradas” é possivel ter duas interpretações. A de rotas como caminhos alterados, já que as mulheres são vistas como caminhos para a vida. Ou de rotas como rasgadas.
Jorge Amado
Em sua obra, Jorge