Análise de “édipo rei” de sófocles à luz dos pressupostos de aristóteles, em sua “arte poética”
A tragédia é uma das maiores heranças no campo da literatura e do teatro deixadas pelos gregos. Aristóteles, filósofo grego considerado um dos maiores pensadores de todos os tempos, em sua “Poética”, aborda a tragédia como a imitação de uma ação complexa e completa e tratou de separar elementos e características da mesma. Analisando as obras existentes à época, acabou considerando “Édipo Rei’ de Sófocles, o exemplo mais perfeito de tragédia grega. Uma das primeiras considerações que faz a respeito da tragédia é a distinção entre esse gênero e a comédia: esta imita os piores homens, aquela, os melhores. Segundo Aristóteles, a tragédia é a imitação de uma ação importante e completa; “a ação é apresentada, não com a ajuda de uma narrativa, mas por atores. Suscitando a compaixão e o terror, a tragédia tem por efeito obter a purgação dessas emoções”. As tragédias contribuíam para a construção de uma moral do homem grego. Édipo cometeu dois crimes que causavam maior repulsa e pavor aos gregos na antiguidade: o parricídio e o incesto. Assim, é natural supor que foram despertados os mais intensos sentimentos de terror e pena ante aos acontecimentos sobre um homem, até então, admirado, respeitado e considerado um herói pelo povo tebano. Por ser uma imitação de ações, é importante ressaltar o uso de atores que contracenam diante do público utilizando cenografia e também a utilização do coro como personagem da ação. As ações são originadas pelas idéias e caracteres das personagens e que são expressas através do canto e das falas. Aristóteles define a tragédia como possuindo seis componentes: a fábula, os caracteres, a elocução, o pensamento, o espetáculo apresentado e o canto. O espetáculo é a parte menos afeita à poesia, e nada mais é do que o trabalho do cenógrafo no ambiente onde se passam as ações para um melhor efeito da tragédia mesmo sem os