Analise Clarice Lispector
Conto : Amor
Autor(a) : Clarice Lispector
O Conto “Amor” de Clarice Lispector, extraído do livro Laços de família de 1998 é um conto narrado em terceira pessoa, a historia praticamente não tem enredo, gira em torno do pequeno mundo de Ana , o narrador começa descrevendo a personagem , os filhos , o marido e a casa , sendo muito detalhista .
Ana se preparava para um jantar que serviria à noite para os seus irmãos. Após fazer as compras , na sua volta para casa, aconteceu algo que ela achou estranho , quando ela estava dentro do bonde viu na rua um cego mascando chiclete , isto á despertou reações íntimas e por meio da imaginação, a sua rotina se rompe. Inicia-se, então, um fluxo de consciência, a figura do narrador desaparece e o acontecimento desorganiza a história.
A complicação se dá no momento em que Ana avista o cego e sente que “alguma coisa intranqüila estava sucedendo”. O fato de o homem mascar a chiclete na escuridão sem sofrimento algum a incomodava, pois o cego era feliz, parecia sorrir ao mascar o chiclete, apesar da escuridão que a vida lhe proporcionou. Aquela aparente alegria a aborrecia diante do seu mundo restrito, pensava na felicidade que não sentia e que havia sido abolida de sua vida, como ela mesma dizia: “também sem a felicidade se vivia”.
Ana não havia se dado conta de que a vida, fora de seu mundo, era ruim, de que havia lugares pobres e pessoas carentes, o fato despertou nela a vontade de viver, porém “o mal estava feito”, depois do acontecimento o mundo recomeçava ao seu redor. Ana passa a refletir sobre a indiferença das pessoas, a falta de solidariedade, a ausência de piedade, assim como a insensibilidade da “senhora de azul”, que desviou o olhar ao ver o cego.
A personagem Ana vivia um clima angustiante, uma situação vinculada à prisão que aparentava a rotina do seu lar. Por meio da narração dos seus hábitos, seu modo de viver, era revelada a sua insatisfação pessoal e, com isso, parte em direção à busca por algo que viesse