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O romance é precedido por quatro epigrafes (citações de abertura) que se referem aocompromisso do autor com a verdade e com a coragem de dizer o que deve ser dito.Uma das epigrafes, por exemplo, é “Não recuso o perigo de dizer”, outra é “A verdade e nada mais que a verdade.”
Essas epígrafes tem como objetivo afirmar a objetividade do romance, segundo osprincípios realistas-naturalistas.
2.Níveis de linguagem
O narrador combina uma variedade de níveis de linguagem: a culta, a científica e a linguagem coloquial correspondente à classe social e à origem dos personagens,sejam brasileiros ou portugueses Por isso, ele incorpora expressões populares,provérbios e frases feitas da linguagem cotidiana.
Ele tinha “paixa” pela Rita, e ela, apesar de volúvel como toda a mestiça,não podia esquecê-lo por uma vez; metia-se com outros, é certo, de quando em quando, e o Firmo então pintava o caneco, dava por paus e por pedras,enchia-a de bofetadas, mas, afinal, ia procurá-la, ou ela a ele, e ferravam-sede novo, cada vez mais ardentes, como se aquelas turras constantesreforçassem o combustível dos seus amores. (cap 7)
Comentário: No trecho, o narrador usa várias expressões da linguagem popular,adequando a linguagem ao nível e à situação vivida pelos personagens. A palavra “paixa” era uma contração popular da palavra “paixão”. Outras frases feitas comuns na linguagem popular são “pintava o caneco”, “dava por paus e por pedras”, “enchia-a de bofetadas”, “ferravam-se de novo”. Combinadas com essas expressões coloquiais populares, há expressões da linguagem culta como “volúvel” e “combustível dos seus amores”.
3.Discurso direto e discurso indireto livre
Quando se trata de reproduzir a fala dos personagens, o narrador usa o discurso direto (em que as falas são indicadas por travessões) e o discurso indireto livre (em que o discurso do personagem não é separado do discurso do narrador por travessões).