América latina e identidade
Baseando-nos numa visão pós-colonialista temos como conclusão direta que a identidade da América Latina é de certo modo híbrida, e a identidade que une esses países da América do Sul está intrinsecamente ligado à questão da colonização na diferença entre o colonizador e o colonizado, na questão de subalternidade que está anexada à dominação epistêmica da matriz colonial.
Mas quando, de fato, surgiu essa ideia de identidade como algo unificador, ou uma ideia que se aproximasse a integralidade? Em 1507, pela primeira vez surge a palavra América no mapa de Martin Waldseemuller para denominar a parte Sul do continente que mais tarde passou a denominar também a parte norte. Após o sucesso da doutrina Monroe, no século XIX esse nome passou a designar o país que não tinha nome, enquanto a primeira América, a de Cabral, de Colombo passou a ser conhecida como América Latina, que por se apropriar da nomenclatura “latina” exclui e discrimina populações indígenas e negras.
Independente das razões políticas ou ideológicas que envolvem o nascimento desse nome, esse título acabou por rebatizar um continente que havia perdido o seu nome. Apesar de o termo América Latina ser reinvidicado por franceses, o primeiro a utilizar o termo foi o jurista argentino Carlos Calvo, numa obra acadêmica por volta de 1864, em Paris. O colombiano, José Maria Torres Caicedo, publicou um livro também em Paris, em 1865, que se chamava Unión Latinoamericana, a ideia era a de organizar um movimento contrário à política pan-americana proposta pelos Estados Unidos.
A ideia de latinidade ainda não existe para os intelectuais do século XIX, muito menos a ideia de que exista uma consciência cultural, se falava muito nesse período em “raças latinas” o termo se refere basicamente aos povos italianos, espanhóis, portugueses, franceses, o termo não é utilizado para denominar a América Latina, o termo América Latina nem existia, nesse período a França pretendia levar a luz do