Agrotóxicos
O mundo vem sofrendo transformações aceleradas nas últimas décadas, em grande parte resultante de inovações tecnológicas. Vários setores da economia foram os mais influenciados por estas inovações e a agricultura não foi exceção, tendo sido impulsionada pelos avanços da indústria química, com a utilização de agrotóxicos e fertilizantes (CHAIM, 1999).
As publicações mais recentes da Organização Internacional do Trabalho/ Organização Mundial da Saúde (OIT/OMS) estimam que, entre trabalhadores de países em desenvolvimento, os agrotóxicos causam anualmente 70 mil intoxicações agudas e crônicas que evoluem para óbito. E pelo menos 7 milhões de doenças agudas e crônicas não-fatais, devido aos pesticidas (ILO, 2005). Estudos brasileiros e em outros países têm destacado os elevados custos para a saúde humana, ambiental e mesmo perdas econômicas na agricultura, devido ao uso de pesticidas (GARCIA, 1998; SOARES, MORO, ALMEIDA, 2002).
O Brasil possui clima favorável ao desenvolvimento de pragas agrícolas com temperatura elevada e umidade importante. Produtos onde são mais intensamente utilizados, os agrotóxicos são os produtos de exportação (GONÇALVES, 2004). O país é um dos líderes mundiais em consumo de agrotóxicos e os trabalhadores expostos são numerosos e diversificados (FARIA, FASSA, FACCHINI, 2007).
Conforme essa pesquisa, o Brasil consome 1/5 de todo o agrotóxico utilizado pelo terceiro mundo, dado esse alarmante, levando-se em conta que, entre 1995 e 1996, houve um aumento de 16,7%, o que ensejou o seguinte comentário do já mencionado engenheiro agrônomo da FUNDACENTRO: "A falta de orientação e controle sobre o uso de agrotóxico, além da carência de informações sobre outras técnicas de manejo fitossanitário, que reduzam a necessidade do produto, têm impacto direto na saúde e segurança dos trabalhadores rurais, no meio ambiente e na qualidade dos alimentos que são levados à mesa do consumidor" (FUNDACENTRO, 1993).
Em 2008, o Brasil assumiu o posto de