Fichamento Farret

Fichamento

Ao analisar o artigo de Rafael Leporace Farret e Simone Rodrigues Pinto, entende-se desde o início a intenção dos autores, os quais buscam explorar, essencialmente através da concepção do filósofo Arturo Ardao e outras autoridades no assunto, o conceito de América Latina como uma ideia construída através de um período histórico que aborda desde a época colonial até o fim do século XIX. A América Latina, desde seu período de “descoberta”, foi subjugada aos interesses de outras nações consideradas mais poderosas. Primeiramente através da colonização ibérica, depois a exploração dos franceses, e em seguida pela crescente potência norte-americana. Através da delimitação das etapas do processo de construção da identidade latino-americana, os autores estudam a escolha desta denominação pela elite da América espanhola, buscando compreender o início da internalização deste título pela própria sociedade destas regiões. Enfatizam a ausência do Brasil na participação desta concepção. Partindo da análise da origem do termo “América”, os autores se reportam à divisão desta concepção segundo Ardao, que delimita três etapas fundamentais para a criação da identidade das Américas. Tais etapas são: inexistência de um título para esta determinada área; a identificação desta área como uma região específica, porém ainda sem denominação; a última etapa é a criação de um nome para designar esta região. Primeiramente foi reconhecida como “Índias”, pois Colombo não havia entendido que se tratava de uma região ainda não conhecida. Depois, ao refazer o caminho de Colombo até as “Índias”, Américo Vespúcio percebe que a região na verdade era uma novidade, passando a denomina-la como “Novo Mundo”. Somente após a publicação do mapa do geógrafo alemão Martin Waldseemüller, no qual denominava o “Novo Mundo” como “América”, homenageando Américo Vespúcio, é que a região passou a receber um nome, entretanto os títulos anteriores permaneceram em uso. A real vontade de distinção