Amor Transferencial
Freud inicia o texto afirmando que uma das maiores dificuldades de ser Psicanalista está no manejo da Transferência. Especificamente, o autor decide por falar do amor transferencial, já que desde os primórdios da Psicanálise a relação analista-paciente deu muito “pano para manga”.
Faz uma analogia entre o manejo da Transferência feito pelo analista, com o manejo de substancias químicas, feito por um químico. O psicanalista sabe que está trabalhando com forças explosivas em seus pacientes, e desta maneira atua, ou deveria atuar com extrema cautela e rigor. Assim como os químicos, os psicanalistas trabalham em situações muito delicadas e apesar do alto risco oferecido por tal labor, alguém tem que fazê-lo. O que está em discussão neste texto é o fato, comprovado pela prática, de que pacientes se apaixonam pelos terapeutas. Os argumentos explicitados têm por objetivo registrar como deve ser pensada e aplicada a técnica analítica em oposição ao senso comum, recheado de valores morais.
Segundo o autor, nestes casos de enamoramento, somos de imediato convocados a nos posicionar a favor da moralidade. Qualquer leigo instruído, como afirma o autor, diria que a solução para este tipo de situação seria o fim da análise. Encerrar-se-ia, caso ambos realmente se amassem e legalmente começassem a se relacionar, ou se o analista nada quisesse com a paciente não deveria alimentar as esperanças de um amor sem futuro, ou patológico. Ainda há a possibilidade de uma terceira alternativa reconhecida como imoral, pois propõem o relacionamento amoroso durante o período de análise. Freud convoca os psicanalistas para um posicionamento mais crítico. Traz para reflexão que o apaixonamento é induzido pela situação analítica e que a técnica analítica exige a negação da satisfação buscada pelo paciente, porém o amor deve persistir. O princípio fundamental desta situação é que