Observações sobre amor transferencial
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OBSERVAÇÕES SOBRE O AMOR TRANSFERENCIAL Se o psicanalista clínico indagar a si mesmo qual perturbação leva as pessoas com maior frequência a o procurarem em busca de auxílio, ele será compelido a responder – deixando de lado as diversas formas de ansiedade – que consiste na impotência psíquica. Esta singular perturbação atinge homens de natureza intensamente libidinosa e se manifesta como uma recusa dos órgãos executores da sexualidade de levar a cabo o ato sexual, conquanto antes e depois eles possam demonstrar-se como íntegros e capazes de praticá-lo e conquanto apresentem forte propensão psíquica a realizá-lo. A primeira chave para a compreensão do seu estado se obtém do próprio paciente, ao efetuar-se a descoberta de que um malogro dessa espécie só surge quando a tentativa se realiza com determinadas pessoas, enquanto com outras nunca há qualquer cogitação de tal insucesso. Ele se dá conta, então, de que constitui alguma característica do objeto sexual que dá origem à inibição de sua potência masculina e, às vezes, declara que possui a sensação de um obstáculo dentro dele, a sensação de uma vontade contrária que interfere vitoriosamente com a sua intenção consciente. No entanto, é incapaz de se representar que obstáculo interno é esse e que característica do objeto sexual o põe em funcionamento. Se a experiência do malogro se repetiu, é provável que atribua ao processo habitual de `conexão errônea,’ de que a recordação da primeira ocasião evocava a ideia de ansiedade perturbadora, e assim motivava que o malogro se repetisse todas as vezes; conquanto atribua a primeira ocasião em si a alguma impressão `fortuita’. Os estudos psicanalíticos da impotência já foram realizados e publicados por vários autores. Todo analista pode confirmar as explicações por eles fornecidas, através de sua própria experiência clínica. Trata-se, de fato, de uma questão da influência inibitória de certos complexos psíquicos que são removidos do