AMOR SEM MEDIDAS
Ontem o amor me perguntou o que eu queria, se eu ainda o sentia... Não te respondi, mas me assentei e pus a pensar determinada a avaliar a grandeza do que há nesse mundo particular onde só cabe o "nós" em mim. Ponderei, calculei, regulei, considerei e o valor mais aproximado que consegui metrifiquei aqui:
Eu queria discursos, eu tou carente de abraços, de beijos nada espassos, de suspiros e gemidos contidos entre amassos, eu só queria estar ao teu lado e essa necessidade é tão grande que eu me diminuo, encolho em teus braços e me escondo entre teus risos mesmo que tu não estejas aqui e que o conto de fadas que vivemos não tenha chegado ao "felizes para sempre".
Na verdade o que tivemos por fim (ou interrupção temporária como prefiro crer) foi o desfecho de um romance "shakespeariano" com direito a suicídio, sim nós nos suicidamos, assasinamos o sentir, nos deram espelhos e quando as responsabilidades de um amor que queria atingir a maturidade vieram sobre nós os nossos frágeis alicerces não suportaram sequer a nossa auto-imagem, não havia medida para o que sentimos, ainda não há...
Agora uma visita inesperada em nossos sepulcros fez aturdir nossos corações e eu que estava enterrada sob o cetismo, me ponho a crer em ressurreição.
Sim eu te quero, sim ainda sonho com um final feliz, ainda me reviro no túmulo ás noites pensando em nós.
Me isolei numa alta torre, me fortifiquei contra nós, contratei um dragão para manter o amor longe de mim e agora estou confusa porque eu criei todo esse cenário e sem o meu princípe cheio de encantos, minha vida é só um monólogo desinteressante e cheio de paradoxos (Contigo os parodoxos eram mais vivazes, mais intensos e eu adorava desvendá-los).
Sei que erramos muito e nos magoamos ao ponto de nos encerrarmos num calabouço de amargura e saudades, mas nós sabemos as palavras mágicas e uma vez que as pronunciemos as portas dessa masmorra se abrirão. Contudo, as pronunciaremos? Não estou tão segura de que isso