Ambiente
1. Leia o texto abaixo e responda as questões:
A Aposta
(Versão de Suely Mendes Brazão, em "Contos de artimanhas e travessuras", p. 65-70) Lá há cinco anos sem ver chuva, dona Durvalina percebeu que deveria mudar de vida e do sertão da Bahia. Vendeu sua terrinha, deu seu cachorro e o papagaio à comadre, juntou os nove filhos e resolveu ir para os lados de Minas Gerais, onda morava uma irmã sua. Antes de tomar o trem, era preciso caminhar um longo trecho, mais longo ainda porque cada um carregava sua pesada trouxa. Dona Durvalina, à frente, levava também um cesto, com a pata Dedé. Não quis desfazer-se da ave, porque um ovo por dia estaria sempre garantido. Quatro quilômetros depois, viram a estação. Faltava ainda meia hora para o trem partir, mas os poucos passageiros já começavam a embarcar. Contente, a mulher encaminhou-se para o lugar onde se vendiam as passagens. Assim que entrou, viu, bem sobre o guichê, uma grande placa onde estava escrito, em vistosas letras vermelhas: É PROIBIDO VIAJAR COM ANIMAIS! E agora? Que fazer? Abandonar a pata Dedé? Nunca! Dona Durvalina pôs a tampa no cesto, fechou-o muito bem e foi em frente. — Dez passagens, por favor! — disse ao vendedor de bilhetes. — Quem! Quem! — fez Dedé dentro do cesto. — Como? — perguntou o homem. — Quero dez bilhetes. Quanto é? — Quem! — São duzentos cruzados... Mas... Que é que a senhora leva aí no cesto? Um pato? — Não, senhor. Não é um... — procurou explicar dona Durvalina, com um sorriso sem graça. — Quem! — insistia a pata. — Não adianta mentir. É proibido viajar com animais. A senhora não leu na tabuleta? Ouvindo a discussão, agora num tom de voz mais alto, os nove filhos de dona Durvalina pegaram as coisas que carregavam, levantaram-se do banco onde haviam se sentado e vieram para junto da mãe. — Mas eu tenho nove filhos e... — Abra o cesto, minha