Amazônia: uma história de perdas e danos, um futuro a (re) construir.
Para a autora, a história da região Amazônica tem sido, da chegada dos primeiros europeus à Amazônia até os dias atuais, uma trajetória de perdas e danos. Já que, no passado foi "um lugar com um bom estoque de índios" para servirem de escravos, no dizer dos cronistas da época; uma fonte de lucros no período das "drogas do sertão", enriquecendo a Metrópole; ou ainda a maior produtora e exportadora de borracha, tornando-se uma das regiões mais rentáveis do mundo, numa certa fase. Na Segunda Guerra Mundial, fez um monumental esforço para produzir borracha para as tropas e equipamentos dos aliados. Mas é mais recentemente que ela tem sido mais explorada: seja como fonte de ouro, como em Serra Pelada, que serviu para pagar parte da dívida nacional, deixando na região apenas as belas reproduções das fotografias que percorreram o mundo, mostrando a condição subumana do trabalho dos homens no garimpo; seja como geradora de energia elétrica para exportar para outras regiões do Brasil e para os grandes projetos, que a consomem a preços subsidiados, enquanto o morador da região paga pela mesma energia um preço bem mais elevado;
Ao longo de sua história, a Amazônia tem gerado sempre mais recursos para fora (Metrópole e Federação) do que tem recebido como retorno; tem sido, permanentemente, um lugar de exploração, abuso e extração de riquezas em favor de outras regiões e outros povos. Se a Amazônia tem gerado riqueza, é verdade que tem havido um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Amazônia nas últimas décadas, mas a riqueza não se vê nem se fixa nela na região. O primeiro europeu a pisar as terras amazônicas, de 1500, percorreu a foz do Amazonas, surpreendeu-se em ver que se tratava de uma das regiões mais intensamente povoadas do mundo então conhecido. Ficou perplexo vendo a pororoca e maravilhado com as águas doces do mais extenso e mais volumoso rio do