Ambiental
PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL (RPPN) NA MATA
ATLÂNTICA
Adriano Lopes de Melo e Paulo César Silva da Motta1
1 Adriano Lopes de Melo: 1.Engenheiro Florestal - Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais e
Florestais / IF / UFRuralRJ almflorestal@yahoo.com.br;
Paulo César Silva da Motta: Biólogo, MSc.- IBAMA/NUC/RPPN-RJ -RJ.
Na região centro-norte do Rio de Janeiro encontra-se a bacia hidrográfica do rio São João (2.160 km2), onde há um dos maiores focos de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) do
Brasil, 12 ao todo. Essas unidades de conservação (Lei 9.985/00) foram criadas por ato voluntário de proprietários privados, que submeteram parte ou total área de suas propriedades a um regime perpétuo de proteção legal, com anuência do governo federal e objetivo primário de salvaguardar a biodiversidade local (Melo, 2004). Assim, cerca de 1000 ha de florestas estão sendo adicionados ao
Sistema Nacional de Unidades de Conservação, protegendo a biodiversidade e serviços ambientais, nos moldes apresentados por Tonhasca Jr. (2004) para a Mata Atlântica.
Entretanto, essas externalidades positivas geradas pelas RPPN à sociedade não garantem reconhecimento por essas contribuições sociais, tampouco, retorno econômico aos proprietários, dificultando os processos de administração voluntária dos seus recursos naturais e potencializando os vários tipos de agravantes, sobretudo, pressão de caça e exploração de madeira e palmito.
Este artigo aborda teoricamente a questão do desempenho de serviços ambientais dessas unidades de conservação, focando aqueles de caráter hidrológico, e sua interface com a biodiversidade dos ecossistemas da Mata Atlântica protegido pelas mesmas, a fim de despertar a comunidade conservacionistas para a importância de direcionar políticas públicas para essas reservas.
As florestas da bacia hidrográfica em questão são classificadas como Floresta Ombrófila Densa
Montana,