AMBEV
Em julho de 1999, o mercado de cervejas e refrigerantes foi surpreendido pelo anúncio de fu¬são de duas grandes empresas do setor brasileiro, a Antarctica e a Brahma, formando a terceira maior cervejaria do mundo, a AmBev, Companhia de Bebi¬das das Américas (American Beverage Company). A união passaria a concentrar 73% do mercado de cer¬veja, fato que desagradou o setor e levou o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) a intervir. Apesar da intervenção do Cade, no final, a fusão foi aprovada pelo órgão. Veremos então no decorrer do trabalho como era o cenário do setor no Brasil antes desta fusão, como ela decorreu, qual foi a reação do Cade e qual a repercussão que este caso teve perante a sociedade.
1. Histórico das Empresas envolvidas antes da formação da AmBev
1.1 Antarctica
Fundada em 1885, a Antarctica começou como uma pequena fábrica de gelo e comi¬da, passando a produzir cerveja em 1888. No ano de 1893, Zerrener, Büllow & Cia assumiram o controle da companhia, iniciando um forte processo de expansão do negócio, sendo uma de suas ações a compra da Cervejaria Bavaria em 1904. Em 1922, a empresa começou a produzir o Guaraná Antarctica, carro-chefe na categoria refrigerantes e que ocupa o segundo lugar no segmento. Através dos anos, o processo de expansão manteve-se como prioridade, com a construção de novas fábri¬cas e compra de concorrentes mais fracos, entre eles a Bohemia. Em 1970, a Antarctica produzia mais de 500 milhões de litros de cerveja e refrigerantes. Ao final daquela década, a empresa começou a se ex¬pandir internacionalmente, através da exportação do Guaraná Antarctica. Em 1972 a Antarctica adquiriu a Polar. Nos anos 80, foi formado o Grupo Antarctica com 22 empresas coligadas. Em 1992, a Antarctica iniciou um profundo processo de modernização, para enfrentar o mercado que se tornara mais competitivo. Ao longo dos anos 90, o segmento de cerveja come¬çou a ficar cada vez mais