Amazonia
Analisa os relatórios das duas viagens científicas do Instituto Oswaldo Cruz à Amazônia, realizadas em 1910 e 1913, sob a liderança respectivamente de Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. Os relatórios colaboraram na construção de representações e imagens sobre a região. As observações de campo, além de trazerem questões para o estudo e controle das doenças tropicais, inserem-se no movimento de denúncia das graves condições sanitárias dos trabalhadores da borracha. A viagem pelo vale amazônico possibilita o encontro direto dos cientistas com o ambiente e as populações doentes e confronta-os com o grande desafio de conhecer e controlar a malária. A análise desses relatórios insere-se nos estudos sobre os 'retratos do Brasil', que buscam trazer questões para a história das políticas públicas de saúde. Trabalhamos com as fontes primárias (dos manuscritos ao texto oficial), buscando mostrar o processo de construção de um registro científico.
desenvolvimento
Carlos Ribeiro Justiniano Chagas nasceu em 9 de julho de 1879, numa fazenda próxima à cidade de Oliveira, oeste de Minas Gerais. Em 1897, ingressou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, num momento em que a área médica vivia a efervescência da chamada “era bacteriológica”. Sob o primado do laboratório, eram produzidos novos conceitos e conhecimentos sobre a etiologia e os modos de transmissão das doenças infecciosas. Sua tese de doutoramento para conclusão do curso médico, abordando os aspectos hematológicos da malária, foi desenvolvida no Instituto Soroterápico Federal ou Instituto de Manguinhos (criado em 1900 e denominado, a partir de 1908, Instituto Oswaldo Cruz). Formado em 1903, Carlos Chagas abriu consultório no centro do Rio e, como médico da Diretoria Geral de Saúde Pública (então dirigida pelo sanitarista Oswaldo Cruz, que acumulava o cargo com a direção do Instituto de Manguinhos), trabalhou no hospital de Jurujuba, Niterói.
Em 1905, foi encarregado por Oswaldo Cruz de coordenar