aluno
Adolescentes são famosos pelo comportamento arredio e os pais estão longe do mesmo status por não conseguirem compreendê-los. Se tempos atrás criar filhos nessa fase não era fácil, nos dias de hoje com tanta modernidade, a missão tornou-se mais difícil. Confiar trata de um assunto extremamente atual e, sem fazer rodeios, esse suspense familiar tem tudo para deixar papai e mamãe com a pulga atrás da orelha e, tomara, os "filhinhos e filhinhas" também.
Annie (Liana Liberato) apresenta os sintomas comuns da puberdade, acha que ninguém em casa a entende e todos a julgam. Filha do meio do casal Will (Clive Owen) e Lynn (Catherine Keener), ela começa a se relacionar virtualmente com um jovem de 16 anos que conheceu num chat da internet. O "romance" extrapola o meio, migrando para o telefone celular e num dia, sem que seus pais soubessem, ela aceita o convite para um encontro. Só que a surpresa do primeiro momento é apenas o começo de um pesadelo que marcará a vida de todos para sempre.
O roteiro do novato Andy Bellin e de Robert Festinger, premiado por Entre Quatro Paredes (2001), não chega a ser um primor, pois comete algumas falhas, mas funciona bem, prendendo a sua atenção e te deixando na agonia para saber qual será o final dessa história. Talvez por receio de perder o foco, não foram mais fundo na questão da sexualização nos meios de comunicação e na propaganda. Ainda assim, ver o pai publicitário transtornado em uma festa por esse motivo e chocado com a naturalidade de um amigo (Noah Emmerich) sobre o ocorrido com a filha, pode fazer muito adulto pensar e debater o tema pedofilia.
A entrada do FBI em cena ajuda a mover a trama, tirando o assunto da esfera familiar ficcional e jogando-o no colo do espectador, adulto ou adolescente, ao revelar a podridão de algumas relações virtuais. Em um momento crucial, chega a assustar o fato de um criminoso ter o telefone de um membro da casa, simplesmente, porque o número consta em algum site