Aluno
1. Introdução
A História da Física é, sem dúvida, um excelente auxiliar no ensino de Física. Entretanto, se existe algum consenso nessa afirmativa, esse consenso desaparece, quando se pergunta sobre os atributos da História que a tornam ''excelente auxiliar". Em um trabalho anterior, comentamos que [1, p. 490]:
A História da Física apresenta os problemas que levaram à formulação de um particular conceito; ela revela os ingredientes, lógicos ou empíricos, que foram realmente importantes nesse processo [de criação intelectual]. Portanto, a História da Física clarifica conceitos, revelando-lhes o significado.
É, justamente, nessa qualidade que acreditamos jazer seu potencial para o aprendizado de ciência [2]. Mas, se assim, a História só é valiosa ao entendimento da ciência, na medida em que enfatize aquelas qualidades. Do ponto de vista de teorias do aprendizado, foi proposto por duas de nós que a História da Física pode servir como um organizador prévio ([1], [3]).
Organizador prévio é um conceito da Teoria da Aprendizagem Significativa, de David Ausubel ([4], [5], [6]). Nessa teoria, um conhecimento torna-se significativo por uma interação com alguns conhecimentos prévios relevantes, que existem na mente do aprendiz. Nesse processo, há conceitos - chamados subsunçores - relevantes aos novos conceitos a serem aprendidos e que os modificam e podem ser por eles modificados. A ''ponte" entre esses e o novo conhecimento é feita por algum outro conjunto de conceitos - chamados organizadores prévios ([4], [5]).
Pode-se considerar que a avaliação de que a aprendizagem de um dado tema tenha sido significativa possa ser feita pelo uso, ao longo de uma vida, que o indivíduo faz do conhecimento adquirido. Entretanto, não há, infelizmente, ''receita de bolo" nem para se identificar conhecimentos prévios nem para produzir alguma evidência de que um aprendizado tenha sido significativo. Um modo de se