Aluna
Este relatório possibilita a compreensão da cultura judaica no país. Dessa forma, traça todo o perfil de um homem que sofre pelo seu histórico étnico, cultural e religioso, mostrando o sofrimento do seu povo. Desde os primórdios a sociedade foi impulsionada a ter certo preconceito pelo desconhecido. No judaísmo, ao contrário do que possa parecer, um judeu não precisa necessariamente segui-la, ainda que a religião só possa ser praticada por judeus. Os hebreus começaram a vir para o Brasil, com o estabelecimento da família Imperial portuguesa, pois houve uma grande mudança na política migratória relativa a esse povo. Em 1810 com a Abertura dos Portos às Nações Amigas e assinatura de um tratado comercial com a Inglaterra, favoreceu assim a entrada de estrangeiros no Brasil, entre os quais muitos israelenses. Faz parte dessa terra não apenas a trilogia miscigenatória composta por indígenas, portugueses e africanos, mas também de judeus que trouxeram para o país a venda a crédito ao consumidor, fazendo com que o indivíduo tivesse o poder de aquisição maior, também introduzindo o poder da barganha “quem não chora, não mama”.
DESENVOLVIMENTO
Eu, Isaque Gluck, me encontro em perfeito juízo e entendimento, livre de qualquer coação, deliberei fazer este meu testamento, como efetivamente o faço, sem constrangimento, em presença de três testemunhas, o Senhor Preconceito ao qual vivo diariamente, a Senhora Perseguição, e por último, mas não menos importante o Senhor Medo do Desconhecido, todos eles me conhecem muito bem, pois cada um tem um papel marcante na minha triste e sofrida história. Em minha residência escrevo este testamento. Me encontro na Rua Carlos Souza, n° 551, Bairro Buritis, na Cidade de Cachoeira do Itapemirim, no Estado da Bahia, Brasil, no qual exaro minha última vontade, pela forma e maneira seguinte: Israelense, solteiro, judeu, com trinta anos de idade, tendo nascido em Jerusalém, sem descendente vivo, instituo