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De acordo com Cassirer o conhecimento simbólico vai além dos sentidos

Os pensamentos de Cassirer, brilhante e formidável filósofo alemão, abrangem uma infinidade de conceitos e definições, dentre eles, o de linguagem simbólica e de sinais. Observando o comportamento humano, o filósofo chegou à conclusão de que, diferentemente dos animais, que agem por meio dos instintos, o ser humano tem a racionalidade como um traço inerente às suas atividades. Porém, suas criações, como a linguagem que exprime sentimentos e afetos, por exemplo, refletem uma característica mais simbolista, que possibilitou ao homem interagir melhor entre si através dos sentidos e obter conhecimento.

Entretanto, as sensações muitas vezes podem enganar, como por exemplo os grandes navegadores do passado, que acreditavam que a terra era chata e acabava em seu horizonte, ou seja, associavam seus conhecimentos apenas limitando ao que viam, o que ocorre também no caso da ilusão de ótica.

O simbolismo, que nasceu com o desenvolvimento evolutivo do ser humano, é uma maneira de compartilhar idéias e pensamentos visando a interação social. Pode-se concluir então que um ser isolado jamais poderia adquirir conhecimento simbólico, independentemente de possuir sentidos.

No caso de Helen Keller, uma menina que nasceu em 27 de junho de 1880 na cidade de Tuscumbia, Alabama, foi mais difícil desenvolver a linguagem simbólica, já que possuía deficiência nos sentidos da visão e da audição devido a uma doença chamada escarlatina diagnosticada na época como “febre cerebral’’. Porém, ela provou que o ser humano não depende da qualidade de seu material de sentidos para a obtenção de sucesso . Com a ajuda de sua professora, companheira e protetora a psicóloga Anne Sullivan, Keller aprendeu a combinar uma certa coisa ou evento com um certo sinal do alfabeto manual. Isso a possibilitou ver o mundo sob uma nova luz e alcançar um altíssimo grau de desenvolvimento mental e cultural intelectual.