ALMA COMO PROBLEMA FILOSÓFICO
O conhecimento e a compreensão da realidade da alma humana, e a expressão desse conhecimento sofreram suas vicissitudes lógicas ao andar da história da filosofia; mas, de um modo ou de outro, com maior ou menor acerto, não faltaram nas mais diversas épocas, pensadores, escolas etc. (salvo as exceções das correntes filosóficas oriundas do materialismo). Pode dizer que o conhecimento da alma humana como princípio vital geral, ou como princípio de conhecimento, de consciência da vontade, bem como o imortal e imperecível em cada ser humano individual, é o que pertence ao conhecimento natural, espontâneo e mais ou menos imediato de todo homem. As ideias de povo um tanto quanto primitivos como o naturalismo grego e sua repercussão na ideia de alma cósmica. Como os gregos deste momento histórico, outros povos também têm ideias claras sobre algo imortal que sobrevive a materialidade. Muitas vezes, por alma, não se designa somente vida, consciência, ou seu princípio, mas algo mais cheio de efeito e poder, princípio de separação entre o indiferente e o cheio de efeito de luz. Também as coisas que o homem não pode abarcar (respiração, sangue, rigidez cadavérica, corpo orgânico, etc.) são também chamados de alma. Muitos povos antigos entendem alma como fogo ou aquecimento, aquecimento como dynamis1, faltando isso a (pessoa) deixa de viver. Filósofos gregos antigos definem a alma como, como nos mostra Abbagnano (2007) p. 28 no verbete Alma
Assim, por exemplo, a A. é ar para Anaxímenes (Fr 2, Diels) e para Diógenes de Apolônia (Fr. 5, Diels), que julgam ser o ar o princípio das coisas; é harmonia para os pitagóricos (Aristóteles Pol., VIII, 5, 1340 b19), que na harmonia exprimível em números veem a própria estrutura do cosmos; é fogo para Heráclito (Fr. 36, Diels), que vê no fogo o princípio universal; para Demócrito é formada por átomos redondos, que podem penetrar no corpo com muita rapidez e movê-lo (Aristóteles, De an., I, 2,