Alienação e ideologia
Juridicamente, alienação significa a perda do usufruto ou posse de um bem ou direito pela venda ou hipoteca. Nas esquinas costumamos ver cartazes de marreteiros chamando a atenção dos motoristas: "compramos seu carro, mesmo alienado".
Referimo-nos a alguém como alienado mental, quando consideramos a pessoa louca. Aliás, alienista é o médico de loucos.
A alienação religiosa aparece nos fenômenos de idolatria, quando um povo cria ídolos e a eles se submete.
Para Rousseau, a soberania do povo é inalienável, isto é, pertence somente ao povo que não deve outorgá-lo a nenhum representante, devendo ele próprio exercê-la. É o ideal da democracia direta.
Na vida diária, chamamos alguém de alienado quando o percebemos desinteressado de assuntos considerados importantes, tais como as questões políticas e sociais.
Em todos os sentidos há algo em comum no uso da palavra alienação: no sentido jurídico, perde-se a posse de um bem, na loucura o louco perde a dimensão de si mesmo na relação com o outro, na idolatria perde-se a autonomia, na concepção de Rousseau o povo não deve perder o poder, o homem comum alienado perde a compreensão do mundo em que vive e torna alheio a sua consciência, não mais percebendo aspectos importantes da realidade onde está inserido.
Etimologicamente a palavra alienação vem do latim alienare, alienus, que significa "pertence a um outro". Assim, alienar é tornar alheio, transferir para o outro o que é seu.
Há vários sentidos para a palavra ideologia. Em sentido amplo, é o conjunto de idéias, concepções ou opiniões sobre algum ponto sujeito a discussão. Quando perguntamos qual é a ideologia de determinado pensador, estamos nos referindo à doutrina, ao corpo sistemático das idéias e ao posicionamento interpretativo de certos fatos. É nesse sentido que falamos em ideologia liberal ou ideologia marxista.
Ainda podemos nos referir à ideologia enquanto teoria, no sentido de organização sistemática dos conhecimentos