Alienação da Prática Pedagógica
todo o processo também não é. Quando o
Salomão Amorim1
planejamento não é uma ação genuinamente do professor, mas pelo contrário, chega em suas mãos
Atualmente o caminho percorrido pela
“prontinho”, significa dizer também que os
escola tem se mostrado carregado de espinhos.
objetivos
desse
planejamento
não
são
do
Espinhos que interferem diretamente tanto na
professor,
pois
ele
elaboriou.
A
qualidade do ensino desenvolvida por professores
metodologia também não é sua, nem tampouco a
quanto na aprendizagem de seus alunos. Não
avaliação.
podemos
esquecer
que
a
escola
tem
um
O
professor
não
passa
os
a
executar
um
compromisso social que é caracterizado tanto pelo
planejamento que não partiu de uma reflexão
processo de ensino e de aprendizagem quanto pelo
sobre o trabalho realizado e que, portanto, não
processo de avaliação.
possibilita uma retomada da ação pedagógica
O sucesso do processo de ensino e de aprendizagem depende, dentre outras coisas, de
porque essa ação também não é sua, é o que chamo de alienação da prática pedagógica.
que o professor seja sujeito ativo na gestão do
Se o professor não tem autonomia sobre
ensino. De acordo com Libâneo (2004, p.37) para
sua prática, a avaliação é nula. Ela deixa de ser
que isso ocorra, é preciso que o professor elabore
avaliação para se chamar exame. De acordo com
e execute o planejamento escolar; o projeto
Luckesi (2009, p. 17-18), a avaliação ganhou um
pedagógico-curricular, os planos de ensino e o
espaço tão amplo nos processos de ensino que
próprio plano de aula.
nossa prática educativa passou a ser direcionada
Todo professor compreende, ou pelo
por uma pedagogia do exame. [...] O nosso
menos deve compreender, que o planejamento traz
exercício pedagógico escolar é atravessado mais
à tona muitas coisa.