Alguns Problemas do Ensino Superior
DO
N OSSO ENSINO SUPERIOR
Alguns problemas do nosso ensino superior
ALBERTO CARVALHO DA SILVA superior, 68,4% em universidades, enfrenta sérios problemas e desafios; as grandes diferenças regionais, a pressão por aumento de vagas, a contribuição para o desenvolvimento tecnológico e inovação, a necessidade de expansão e atualização da pesquisa, a elevação dos padrões de qualidade, os custos elevados e a conquista da autonomia didático-administrativa e financeira são suficientes para dar uma idéia das dificuldades que precisam ser enfrentadas a curto prazo se se quiser evitar uma decadência que, para muitos, já é visível. Enquanto essa decadência pode ocorrer a passos rápidos, a recuperação é um processo lento, caro e incerto. Neste trabalho procura-se abordar alguns desses aspectos.
O
NOSSO ENSINO
Preâmbulo
A preocupação com o ensino superior no Brasil começou no século XIX com a organização de escolas profissionais (Dantes, 1980). As duas primeiras universidades – no Paraná e no Rio de Janeiro – formadas entre 1910 e 1920, resultaram da reunião de escolas isoladas pré-existentes. Na década de 20, sob a influência da Associação Brasileira de Educação e da Academia Brasileira de Ciências, desenvolveu-se amplo debate sobre ensino estabelecendo-se que caberia às Universidades, além de manter escolas para formar profissionais a serviço da Sociedade, promover o desenvolvimento da ciência e da cultura, usufruindo de autonomia tanto nas atividades didáticas, científicas e culturais que desenvolveriam como em sua administração.
No início da década de 30 foi criado, pelo governo Vargas, o Ministério da
Educação e Saúde e implantada uma reforma da educação (1) estabelecendo que o ensino superior poderia ser oferecido em universidades e institutos isolados, particulares ou oficiais, mantidos por governo federal e por estados (Sampaio,
1991). Além das escolas profissionais cada universidade deveria incluir uma