ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
Precisamos compreender que alfabetização e letramento são praticas distintas, porém indissociáveis, interdependente e simultâneas. Alfabetização e letramento são conceitos frequentemente confundidos ou sobrepostos, porém, é importante distingui-los, ao mesmo tempo que é importante também aproximá-los. Ao refletirmos sobre essas concepções encontramos uma grande problemática, que acaba refletindo na qualidade da educação, pois muitos educadores acabam por misturar e confundir o significado desses dois conceitos, ampliando o conceito de alfabetização, e sobrepondo o de letramento, como se letramento tivesse o mesmo sentido de alfabetização. Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio históricos da aquisição de uma sociedade, ou seja, a alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, é o domínio da tecnologia – do conjunto de técnicas – para exercer a arte e ciência da escrita. Letramento é o exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita, que implica habilidades várias, tais como: capacidade de ler ou escrever para atingir diferentes objetivos.
Aprender a ler e a escrever implica não apenas o conhecimento das letras e do modo de decodificá-las ou de associá-las, mas a possibilidade de usar esse conhecimento em benefício de formas de expressão e comunicação, possíveis, reconhecidas, necessárias e legítimas em um determinado contexto cultural.
Durante décadas a alfabetização foi entendida como mera sistematização do “B + A = BA”, isto é, como a aquisição de um código fundado na relação entre fonemas e grafemas. Em uma sociedade constituída em grande parte por analfabetos e marcada por reduzidas práticas de leitura e escrita, a simples consciência fonológica que permitia aos sujeitos associar sons e letras para produzir/interpretar palavras ou