Alfabetização e letramento: uma nova realidade do processo de ensino e aprendizagem
POR: KÁTIA ALBUQUERQUE
TEMA
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: UMA NOVA REALIDADE DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM
PROBLEMA
Considerando que as crianças vivem numa sociedade letrada, em que a língua escrita está presente de maneira visível e marcante nas atividades cotidianas, inevitavelmente elas terão contato com textos escritos e formularão hipóteses sobre sua utilidade, seu funcionamento e sua configuração. Excluir essa vivência da sala de aula, por um lado, pode ter o efeito de reduzir e artificializar o objeto de aprendizagem que é a escrita, possibilitando que os alunos desenvolvam pensamentos inadequados a respeito desse objeto. Por outro lado, deixar de explorar a relação dos alunos com a escrita significa perder oportunidades de conhecer e desenvolver experiências culturais importantes para a integração social e o exercício da cidadania.
Neste sentido questiona-se: Qual a contribuição da alfabetização e letramento para o processo de ensino e aprendizagem?
JUSTIFICATIVA
Trata-se, sem dúvida, de tema de evidente relevância social, técnica e científica, pois durante muito tempo a alfabetização foi entendida como mera sistematização do bê-á-bá, isto é, como a aquisição de um código fundado na relação entre fonemas e grafemas. Em uma sociedade constituída em grande parte por analfabetos e marcada por reduzidas práticas de leitura e escrita, a simples consciência fonológica que permitia aos sujeitos associar sons e letras para produzir/interpretar palavras parecia ser suficiente para diferenciar o alfabetizado do analfabeto.
Enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-históricos de uma sociedade (Tfouni, 1995, p. 20). Assim, não se trata de escolher entre alfabetizar e letrar; trata-se de alfabetizar letrando. Também não se trata de pensar em dois processos como sequenciais, isto é, vindo um depois do outro, como se o