Alcool Combustivel
Por Ottoni Fernandes Jr., de São Paulo
Estudos indicam que o consumo mundial de álcool combustível passará dos 26 bilhões de litros atuais para 205 bilhões em 2025. Quarenta países já misturam o etanol à gasolina como forma de reduzir a emissão de gases que provocam efeito estufa e a dependência de petróleo importado. Tudo isso representa um enorme mercado que se abre para o Brasil, porém sem investimentos em tecnologia esse potencial pode acabar sendo explorado por outros produtores
O etanol extraído da cana-de-açúcar gasta menos energia renovável para ser produzido do que o feito com o milho e também reduz a emissão de gases de efeito estufa
O Brasil chegou ao alto do pódio na corrida para produzir etanol extraído da cana-de-açúcar, um combustível ecológico que deve ocupar cada vez mais espaço na propulsão dos veículos em todo o planeta, especialmente naqueles países que não produzem petróleo. Nenhum outro país consegue produzir o etanol a um preço tão competitivo graças aos ganhos de produtividade em toda a cadeia produtiva,com novas variedades de cana-de-açúcar,passando pela logística para levá-la até as usinas,sem contar o uso de subprodutos, como o bagaço, na geração de energia elétrica.A cana-deaçúcar já tem quase quinhentos anos de presença econômica no Brasil, desde que os colonizadores portugueses começaram a plantá-la para fazer açúcar, rapadura e cachaça, à base do trabalho escravo de índios e negros.
Apesar de toda a experiência acumulada e de sua vantagem competitiva, o Brasil produziu no ano passado 17,4 bilhões de litros de etanol e perdeu a liderança mundial para os Estados Unidos, com 18,5 bilhões de litros, onde generosos subsídios governamentais impulsionaram a produção baseada no milho para o primeiro lugar.E poderá, também, perder a vantagem tecnológica, pois uma poderosa coalizão que envolve fundos de investimento, empresas de