Alcalóides
O grupo dos alcalóides compreende princípios ativos com diversas aplicações. Enquanto a emetina e a efedrina apresentam grande utilidade terapêutica, outros representantes do grupo, originalmente empregados como analgésicos, são largamente consumidos como estupefacientes. Exemplos são a cocaína e a morfina.
Os alcalóides são compostos químicos naturais, de origem vegetal, derivados de bases orgânicas nitrogenadas. São geralmente substâncias cristalinas, incolores, não voláteis, de gosto amargo, insolúveis em água e solúveis em álcool etílico, éter, clorofórmio, tetracloreto de carbono, álcool amílico e benzeno. Alguns são líquidos e solúveis em água, como a conina e a nicotina, uns poucos corados, como a berberina, que é amarela. A maioria dos alcalóides livres é levogira (giram o plano da luz polarizada para a esquerda), alguns são opticamente inativos e outros, dextrogiros (giram o plano da luz polarizada para a direita). Cabe observar que as soluções dos sais de alcalóides apresentam, freqüentemente, sinal e poder rotatório diferente daqueles dos alcalóides livres e que as diferenças dependem da concentração e da natureza do solvente.
História. Desde épocas remotas sabe-se que os extratos brutos de certas plantas são remédios eficientes ou venenos poderosos. Por isso, já no início da química orgânica os pesquisadores se interessaram pelo isolamento e a identificação dos princípios ativos neles contidos. Em 1806, Friedrich Wilhelm Sertürner, farmacêutico alemão, isolou do ópio um composto básico a que, dada sua notável propriedade sedativa, deu o nome de morfina. Por volta de 1810, o médico português Bernardino Antônio Gomes isolou da cinchona (quina) uma substância cristalina, que denominou cinchonina. Anos depois, o químico e farmacêutico francês Pierre-Joseph Pelletier, orientando-se pelo trabalho de Sertürner, isolou outros alcalóides, como a quinina, a cinchonina, a estricnina, a colquicina e a veratrina.
Em 1840, a maioria dos alcalóides