Alcaloides
Aves podem ser separadas por barreiras naturais, mas podem ultrapassá-las.
O ornitólogo Alexandre Aleixo, do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) e do INCT/Biodiversidade e Uso da Terra na Amazônia, é um dos integrantes do grupo de cientistas dos Estados Unidos, Brasil, Venezuela e Colômbia que realizam pesquisas sobre a diversidade de espécies aves amazônicas. Ele é o coordenador dos estudos aqui no país, já que a pesquisa é liderada pela Universidade de Louisiana (EUA).
O grupo descobriu recentemente que outros fatores podem ter contribuído para a vasta diversificação de aves, após análise de cerca de 2.500 exemplares de DNAs, de 27 espécies de aves encontradas nas Américas do Sul e Central. Em artigo publicado na revista científica "Nature", os pequisadores contestam a versão atual que tenta justificar tamanha diversidade.
Com a análise do material genético, descobriu-se que as variações no clima na região, a capacidade de deslocamento e o tempo de linhagem das espécies são elementos importantes para a formação da rica e complexa avifauna amazônica, não resultando apenas de barreiras naturais como antigamente acreditava-se. A explicação predominante, até agora, para a origem da diversidade de animais é de que o surgimento de barreiras geográficas os separam em grupos, e que estes, com o tempo, diferenciam-se e tornam-se novas espécies de bichos.
"Mas as investigações científicas trouxeram informações diferentes. O estudo do DNA possibilitou identificar o tempo de separação entre as espécies, e ao cruzarem os dados obtidos com a história geológica do continente, os cientistas observaram que a explicação para a grande diversidade de aves no bioma amazônico deve ir além dos obstáculos espaciais. Ao comparar a história de espécies existentes no lado esquerdo e direito do Rio Madeira, por