Alain de botton
Alain de Botton
A enorme quantidade de livros de autoajuda com conselhos infalíveis para ser feliz, ficar rico e perder peso, combinado com a pequena quantidade de leitores que ao terminar a leitura de fato se tornassem felizes, milionários e magros, fez com que o gênero caísse nas ultimas décadas e seus autores fossem considerados meros aproveitadores pelos círculos acadêmicos e literários. Por isso, muitos dos que foram desse “exército” renegaram a bandeira.
Aos 42 anos, com livros publicados em mais de 30 países, o filósofo suíço Alain de Botton é um dos poucos intelectuais capaz de assumir, sem medo, que seus livros são obras de autoajuda. O que o separa de outros autores é a proeza de agradar milhões de leitores com seus conselhos sem perder o respeito da crítica.
Para ele, quando se examina a rica tradição dos escritores que ensinavam a viver, que vem pelo menos desde Roma, a visão muda. “A maior parte de nós admite secretamente que atravessar a vida não é uma tarefa fácil, e pode ser útil tirar lições de algum lugar. Por mais de 2 mil ano, grandes filósofos se dedicaram a obras que podem ser lidas como textos de autoajuda. O filósofo estóico Sêneca dava conselhos aos romanos para lidar com a raiva. As Meditações, do filosofo romano Marco Aurélio, estão entre os melhores textos de autoajuda já escritos. Em uma cultura que dá valor a obras como essas, as pessoas cometerão menos erros.” Inspirado em pensadores que usaram sua sabedoria para iluminar questões do cotidiano e melhorar a vida de seus leitores, Botton construiu sua carreira de filósofo pop.
Ele fez sucesso desde o primeiro livro, Ensaios de amor, lançado quando tinha apenas 23 anos. Seus textos leves e eruditos usam a filosofia e a literatura para abordar temas como a felicidade no trabalho, a preocupação com o dinheiro e a satisfação sexual. Sua obra Como Proust pode mudar sua vida, que usa a vida do escritor francês Marcel Proust como base para uma série de conselhos para