Alain De Botton
– Consolação para a impopularidade (Sócrates)
A estratégia de Botton é diferente. O suíço leva ao extremo o uso de ilustrações e fotografias em seu livro, característica notória ao longo de toda sua obra.
Trabalhando diretamente com essas imagens, seja descrevendo-as minuciosamente ou apenas mostrando-as para atiçar a curiosidade do leitor, em alguns casos até de forma discutível para horror de leitores mais tradicionalistas e pragmáticos. Não há como negar que, embora não seja uma estratégia nova, a inclusão de imagens dá mais leveza ao texto. Claro que contra tal recurso sempre se pode argumentar que ele pode ser usado para encobrir certas falhas de aprofundamento no tema, e que, ao invés de estarmos lendo um livro, temos a impressão que o leitor tem é de estar lendo uma revista de variedades.
No entanto, também é preciso reconhecer um mérito de Botton que, ao utilizar outras mídias em seus textos, percebe e aceita a necessidade de expandir o mundo das idéias e do pensamento para além do objeto fetiche do conhecimento (o livro), tornando-o algo mais interessante para o grande público, além de casar perfeitamente com sua forma de escrita fragmentada, sem prejudicar o entendimento do leitor em seguir seu raciocínio. Ele apresenta exemplos de consolação para a impopularidade, não ter dinheiro suficiente, frustração, inadequação, coração partido e dificuldades.
O estilo é bem-humorado, às vezes confessional, com capítulos curtos e muitas ilustrações. Ao combinar uma introdução à filosofia com uma paródia de manual de auto-ajuda, o autor garante momentos de leitura instrutiva e divertida. Em Consolação para a