Aguás em situações emergentes no DF
O abastecimento de água do Distrito Federal enfrenta uma difícil situação. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) feita em todos os sistemas de gestão de recursos hídricos dos estados brasileiros aponta que a capital federal tem a terceira pior disponibilidade hídrica do País. A combinação entre o já baixo volume natural de água e a expansão urbana desordenada das últimas décadas resultou em um “estresse hídrico.” Além de causar danos ambientais irreversíveis, a ocupação desordenada do solo compromete a captação de água para o abastecimento da população. A expansão urbana reduz o volume dos córregos e a poluição da água faz com que o governo tenha que investir muito mais para tratá-la e distribuí-la até a torneira das casas. A preocupação de ambientalistas é que a qualidade desses mananciais não para de cair. Em estudo de mestrado da Universidade de Brasília, pesquisador analisa os níveis de poluição de 11 dos 26 pontos de captação de água utilizados pela Caesb na região. Pesquisa do Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília identificou problemas em cinco de 11 microbacias do Distrito Federal, que funcionam como captações de água da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb). Dessas, cinco estão em situação preocupante de sustentabilidade. A qualidade e o nível da água diminuíram nos últimos 22 anos. Para chegar ao resultado, o pesquisador Fábio Bakker, que trabalha na Caesb, desenvolveu e aplicou um indicador que resume as condições das microbacias, que correspondem a 5% do abastecimento do Distrito Federal. O Índice de Sustentabilidade de Bacias Hidrográficas (ISBH) monitorou as microbacias em três períodos: 1984, 1995 e 2006. A poluição não inviabiliza a captação de água para consumo humano, mas torna o tratamento muito caro. Em casos extremos, o uso do recurso hídrico para abastecimento pode até ser descartado. Isso ocorreu com o Córrego