Agrobacterias
Pesquisa
Das plantas transgênicas aos mecanismos de crescimento e desenvolvimento vegetal
Leila Maria Gomes Barros
PhD.Biologia Molecular
Pesquisadora
Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia leila@cenargen.embrapa.br Antônio Américo Barbosa Viana
M.Sc. em Biologia Molecular
Consultor
Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia aamerico@cenargen.embrapa.br Mauro Carneiro
Ph.D. Biologia Molecular
Pesquisador
Embrapa – Recursos Genéticos e Biotecnologia mauro@cenargen.embrapa.br As agrobactérias e a colonização genética Os mecanismos de interação planta-patógeno são extremamente complexos e diversificados. Entre os diferentes tipos de parasitismo, o que utiliza a transferência de material genético como estratégia de colonização é um dos mais intrigantes, tendo sido descritos nos vírus e agrobactérias. Os vírus utilizam o sistema de transcrição e tradução da célula hospedeira para produzir suas próprias proteínas, o que permite a sua multiplicação, debilitando o hospedeiro e culminando, geralmente, em sua morte. As agrobactérias, por sua vez, transferem parte de seu material genético para o genoma da planta hospedeira, mecanismo este denominado de Coloniza-
Figura 1. Plantas de Nicotiana tabacum infectadas com (A) Agrobacterium tumefaciens, onde pode ser vista uma galha de coroa, e (B) A.rhizogenes, com raízes em cabeleira in vitro.
ção Genética (Schell et al., 1979). Os genes transferidos são replicados, transcritos e traduzidos como se fossem da própria célula vegetal, resultando no desenvolvimento de tumores ou raízes adventícias no sítio de infecção, conhecidos como galha de coroa (“crown gall”) ou raízes em cabeleira (“hairy root”), respectivamente (Figura 1). As células neoplásicas sintetizam e excretam compostos derivados de aminoácidos e açúcares, denominados opinas, que servem de nutrientes apenas para a agrobactéria (Petit et al.,
1983). Em outras palavras, a