"Agora eu era o Heroi": Reflexoes acerca do Brincar
“AGORA EU ERA O HEROI”: REFLEXÕES ACERCA DO BRINCAR
Porto
07 de junho de 2013
INTRODUÇÃO
O presente trabalho intitulado “Agora eu era o herói”: Reflexões acerca do brincar, cujo título foi inspirado na primeira estrofe da música João e Maria, de Chico Buarque, tem como objetivo principal realizar uma reflexão sobre o brincar e algumas das questões fundamentais que por ele perpassam, utilizando-se para tanto revisão bibliográfica da temática. O foco da pesquisa e das reflexões centrou-se no brincar ao faz-de-conta, entretanto, optou-se por ao longo do texto utilizar somente a palavra brincar, estando desse modo o faz-de-conta já subjacente. Devido aos apontamentos que foram surgindo, optou-se
por
organizar
o
texto
em
quatro
subtítulos
intitulados
nomeadamente: Um panorama histórico e conceitual; O brincar e alguns seus pressupostos; “Só brincar !?” : tramas de uma textura complexa ; O brincar e a poesia: uma interessante analogia. Estes são seguidos das considerações finais, que devido à natureza da reflexão que nesse espaço segue, recebeu o título “Um chapéu ou uma
Jiboia que engoliu um elefante?”.
O BRINCAR
UM PANORAMA HISTÓRICO E CONCEITUAL
O ano de 1989 foi marcado na história por consolidar a Convenção dos Direitos da Criança, que consiste em um documento “que reconhece a individualidade e personalidade de cada criança, sendo salvaguardada quer a sua proteção, quer a sua liberdade” (Fernandes, 1997: 81). Esta convenção atualmente já foi ratificada por mais de 180 países e apresenta-se como um documento de fundamental importância ao definir uma abrangência de direitos para a criança, podendo ser considerado “o ponto de viragem” em relação a anteriores documentos e perspectivas dos direitos da criança (Fernandes, 1997). A Convenção dos Direitos da Criança representou (ao menos teoricamente) segundo Fernandes (1997) como um marco essencial no caminho para