Macunaima
MACUNAÍMA
Análise da Obra
Dácio Antônio de Castro
Frederico Barbosa
Mário de Andrade
“EU SOU TREZENTOS,
SOU TREZENTOS-E-CINCOENTA”
Mário Raul de Morais Andrade nasceu na rua
Aurora, na cidade de São Paulo, em 9 de outubro de 1893. Seu pai, o Dr. Carlos Augusto de Andrade, de origem humilde, conseguira uma situação financeira estável através do próprio esforço e muito trabalho. Sua mãe, dona Maria Luísa, com quem Mário morou até o fim da vida, descendia de bandeirantes, mas não era rica.
Quando adolescente, era um estudante dispersivo, que tirava notas baixas e só se destacava em
Português. Enquanto seus irmãos Carlos, mais velho, e Renato, mais novo — pianista de talento, falecido ainda menino — eram elogiados, Mário era considerado a ovelha negra da família. De repente, começou a estudar. Estudava música até nove horas por dia, lia muito e logo começou a ganhar fama de erudito. A família passou a admitir o seu talento, mas achava esquisitas suas preferências literárias.
Em 1917, Mário conclui o curso de piano no
Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, publica seu livro de estréia Há uma Gota de Sangue em cada Poema e conhece Anita Malfatti e Oswald de Andrade.
Metódico e estudioso, torna-se Catedrático de
História da Música, no Conservatório Dramático e
Musical de São Paulo, em 1922. Para sobreviver, dá muitas aulas particulares de piano e escreve artigos de crítica para diversas publicações.
Participa, como um dos principais organizadores, da Semana de Arte Moderna, no Teatro Municipal de São Paulo (1922). Neste mesmo ano, publica
Paulicéia Desvairada (poesia), em que radicaliza as experimentações de vanguarda modernistas. Em
Clã do Jabuti (1927) trabalha poeticamente as tradições populares que pesquisava. No romance Amar,
Verbo Intransitivo, do mesmo ano, critica a hipocrisia sexual da alta sociedade paulistana.
Em 1928, publica Macunaíma.
Em 1934, é nomeado diretor do Departamento de Cultura do Município de São Paulo, em que