Agnosia
FONOAUDIOLOGIA E AGNOSIA AUDITIVA: UM ESTUDO DE CASO
Autor(es)
GISELE TOMAZELA BERTIN VALDRIGHI
Orientador(es)
Elenir Fedosse
1. Introdução
O reconhecimento de que alterações da percepção auditiva podem prejudicar a aquisição e o desenvolvimento da linguagem oral, assim como podem interferir nas habilidades escolares (linguagem escrita) impulsionaram, nas últimas décadas, estudos do chamado “Processamento Auditivo”. Do nosso ponto de vista tais estudos podem ser aproximados do que a Neuropsicologia chama de Agnosia Auditiva alteração da dinâmica dos processos nervosos (lesões do Sistema Nervoso Central) que acarretam desintegração da linguagem (LURIA, 1981). Tal aproximação é possível por se considerar que no processo de aquisição e desenvolvimento da linguagem pode haver disfunções e/ou lesões cerebrais.
Consideramos essa questão de grande interesse para a Fonoaudiologia, principalmente porque as queixas de alteração de linguagem oral são comuns e os estudos relacionados a elas são geralmente voltados para descrição e análise dos evidentes aspectos articulatórios, sendo a integração sensório-motora ainda pouco considerada. Portanto, esta pesquisa adota concepções integradoras visando promover um maior conhecimento sobre o processo terapêutico de sujeitos com alterações de linguagem oral – principalmente as do nível fonético integrando aspectos sensoriais e motores e, assim, contribuir para o avanço científico da
Fonoaudiologia. Nesse sentido, este estudo adota referenciais teóricos interacionistas sobre o processo de aquisição e desenvolvimento lingüístico-cognitivo, sobretudo, o histórico-cultural e, além desses, foram revisados os estudos neuropsicológicos de Luria (1989, 1990 e 1991), neurológicos de Hudspeth (2003) e psicolingüísticos Albano (1990), procurando aproximar bases neurofisiológicas, neuropsicológicos e psicolingüísticos para compreender os múltiplos fatores envolvidos na produção