Aglomerações produtivas
Marina Santos Ourivio
Mestre em Administração – PUC Minas
1. INTRODUÇÃO
Nas últimas décadas a economia mundial vem sofrendo grandes modificações tanto em sua estrutura produtiva como em seus padrões de concorrência e localização. Tal fato pode ser explicado, em grande parte, pelo movimento de intensificação tecnológica, baseado no desenvolvimento do complexo micro-eletrônico e das tecnologias de informação, exigindo um processo produtivo mais intensivo em conhecimento e inovação (CROCCO et. al., 2001).
A abordagem neo-shumpeteriana enfatiza o papel das tecnologias da informação e comunicação na mudança do paradigma tecno-econômico. Este novo paradigma, baseado no conjunto de inovações em engenharia, eletrônica, computação, telecomunicação e sistemas integrados, reduz drasticamente o custo de armazenagem, processamento, comunicação e disseminação da informação, que por sua vez, exige mudanças radicais nas formas de produção e distribuição de bens e serviços das empresas (CASSIOLATO e LASTRES, 2003).
As mudanças foram também intensificadas pelo processo de liberalização econômica e globalização que rompeu com as barreiras ao comércio e investimento e deixou empresas com poucas opções para sobreviver a não ser combater as pressões de mercado. No entanto, a transformação sofrida pela economia global exige, paradoxalmente, maior coesão e cooperação local e regional como uma das estratégias das empresas que desejam superar os riscos e os desafios da internacionalização econômica (ver Porter, 1998; Schmitz, 2000, Meyer-Stamer, 1999). A atual competição mundial implica em procedimentos mais complexos e sofisticados pelas empresas em uma estratégia cooperada para a sua sobrevivência, como por exemplo, a organização em aglomerações produtivas.
Também é de conhecimento geral a importância das micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) para a economia brasileira. São estas responsáveis por 59% dos empregos formais