Fichamento - Espaço intra urbano no Brasil

Fichamento Espaço Intra Urbano no Brasil ­ Flávio Villaça
(Págs 69 a 80)

O que vem primeiro, a infra­estrutura, a demanda por infra­estrutura (expansão urbana) ou a oferta dela? Parte­se da hipótese que seu crescimento é altamente influenciado pelas vias, sendo diferente para cada tipo de via. Somente o homem (classes sociais) estruturam as cidades, não as ferrovias. Não se pode considerar a terra urbana um produto “não­produzido” somente pelo fato de sua base material ser (é o mesmo que reduzir um produto produzido a sua matéria prima) e também reduzi­la ao “começo da mobilização do espaço para permitir sua produção”, como disse
Lefebvre, que expôs o processo de produção do valor de um espaço, diferenciando­o de sua matéria prima, o solo (conceito fundiário antigo), ele explica que inicialmente o solo deve ser arrancado da propriedade tradicional e o espaço deve receber um valor de troca, que implica intercambiabilidade e faz de um bem uma mercadoria.
O valor de troca se exprime em dinheiro, antigamente vendia­se e aligava­se a terra, hoje compra­se e vende­se (mais do que se aluga) os volumes, que são os imóveis prontos e acaba encadeando nas operações mercantis (oferta e demanda), formação de um preço que guarda um vinculo com os custos de produção, diversas causas perturbam essa relação, notadamente a especulação. “Percebemos então a sutil diferença entre espaço produzido e solo; a distinção entre o espaço social e as estruturas e objetos que deles são elementos construtivos; o espaço como valor e como mercadoria; a clara colocação do espaço como fruto de um processo de produção, com seu custo de produção; e existência de oferta e demanda do espaço, tal como existe oferta e demanda de agua potável; a vinculação, no mercado, entre o preço e “um volume” (os objetos dele construtivos, cada um com seu valor próprio)” (Pág 72).
O valor do espaço não se confunde com os valores dos objetos, é maior que a somatória desses valores pois