Afrodescendentes
INTRODUÇÃO:
“... É fácil crer no que crê a multidão (...) difícil é saber o que é diverso.”
Goethe
Historicamente, a população afrodescendente, desde a sua chegada ao Brasil, tem sido acometida por injustiças que, até os dias atuais, não foram sanadas. A abolição da escravatura não lhes deu nenhuma condição de sobrevivência como cidadãos, continuando os negros a viver em condições precárias, permanecendo à margem da sociedade. Atualmente, é possível perceber os resquícios dessa conjuntura histórica, pois os negros ainda continuam, em sua maioria, destacando-se nos indicadores sociais. Ainda nesse contexto, é válido ressaltar a existência de um racismo escamoteado em nosso país onde, a maioria da população não admita ser racista, mas é possível perceber atitudes preconceituosas e discriminatórias em nosso dia-a-dia. Neste sentido, estamos diante de uma verdade indubitável: pratica-se no Brasil uma exclusão pela cor, pela etnia do sujeito, pela atribuição de valor diminutivo e depreciativo ao indivíduo baseado na raça, na aparência física. Esse processo de discriminatório denomina-se racismo. O racismo brasileiro, tendo em conta as práticas divisórias que institui as relações sociais é polêmico porque é camuflado e velado, mas existente e inexorável (AMARO, 2005). Em suma, o racismo no Brasil é camuflado, mas perceptível, pois mantêm as desigualdades sócio-raciais em todos os âmbitos e, nesse sentido, é fundamental debater sobre essa questão em todas as esferas institucionais, inclusive nas escolas, uma vez essa instituição é tida como um dos principais locais formadores de opinião, podendo ser o local que formará o cidadão com consciência política. Nesse sentido, Souza (1999, p.34) reflete que “A instituição escolar, através do relacionamento aluno-aluno e professor-aluno, reproduz o esquema estrutural das relações branco e negro na sociedade brasileira que, como se sabe, é uma relação conflituosa e