Guardando as fronteiras do sul brasileiro
"Mas não basta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo
Povo que não tem virtude
Acaba por ser escravo " (Hino Rio-Grandense)
Durante a minha carreira no Exército, tive a oportunidade de servir em duas ocasiões no Rio Grande do Sul. A primeira vez em Cachoeira do sul, como Tenente, entre 1988 e 1991 e posteriormente, já no posto de Tenente Coronel, quando nomeado para comandar o 29º Grupo de Artilharia de Campanha Autopropulsado, em Cruz Alta, no biênio de 2009 -2010. Sempre despertaram o meu o interesse os eventos referentes ao Dia do Gaúcho, comemorado no dia 20 de setembro. Em todo o Rio Grande do sul, a Semana Farroupilha é marcada por desfiles cívicos, cerimônias que enaltecem os heróis farrapos, cavalgadas e bailes diários nos milhares de Centros de Tradição Gaúcha espalhados pelo Estado. Andar pelas ruas, nesta época do ano, é como voltar no tempo. Numa surpreendente exteriorização de civismo e amor ao Rio Grande, as pessoas usam os trajes típicos em suas atividades diárias, nas lojas, bancos, restaurantes e por toda a cidade. As festividades tem origem nos acontecimentos dramáticos que se desenrolaram em meados do século XVIII, na então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Em 20 de setembro de 1835, partindo da localidade de Pedras Brancas, atual cidade de Guaíba, tropas lideradas por Bento Gonçalves tomaram militarmente a cidade de Porto Alegre, capital da Província. Aquela ação militar, que culminou com deposição de Antônio Rodrigues Fernandes Braga, Presidente da Província, deu início à mais longa e sangrenta revolta do Brasil Imperial: A Revolução Farroupilha. A palavra farroupilha era um termo pejorativo usado para designar os opositores radicais ao governo central do Império Brasileiro. Eles não eram da nobreza, sendo considerados esfarrapados, numa referência aos Sans-Culottes da Revolução Francesa. A Revolução teve entre outras, as