Africa - Angola
Guerra Civil Angolana
A guerra civil e a intervenção estrangeira marcaram profundamente a sociedade angolana das últimas décadas. Em 1975 (após aindependência), os três movimentos independentistas angolanos - FNLA (Frente Nacional de Libertação de Angola), UNITA e MPLA- formaram uma frente comum e assinaram, com a representação portuguesa, os Acordos de Alvor, que previam a participação detodos eles no Governo do país. Devido à existência de rivalidades políticas, não se verificou um entendimento entre as três forçasangolanas. Em março de 1976 registaram se violentos confrontos entre o MPLA e a FNLA, que marcaram o início de uma guerralonga e sangrenta. As duas organizações procuraram apoios no exterior. A FNLA simbolizava o anticomunismo contra a expansão da Rússia e o MPLA a luta contra o capitalismo. O MPLA passou a controlar Luanda com o apoio de Cuba e da União Soviética, a FNLAcontou com a ajuda do Zaire, da China e de alguns países ocidentais, enquanto a UNITA foi auxiliada pela África do Sul e pelosEstados Unidos da América.Entretanto, a UNITA e a FNLA formaram uma frente comum para lutar contra o MPLA, e Portugal foiafastado da condução do processo político de transição de Angola, não conseguindo impedir a internacionalização do conflito.Kissinger, o então secretário de estado norteamericano, analisava os acontecimentos em Angola como um prolongamento daGuerra Fria.Em 1984, a FNLA rendeu-se ao Governo, o mesmo não acontecendo com a UNITA, que, liderada por Jonas Savimbi,continuou a sua luta contra o regime de José Eduardo dos Santos.O ano de 1988 trouxe alguma esperança para o povo angolano.Surgiram então várias iniciativas para a paz. As propostas do Governo não foram, no entanto, do agrado da UNITA, que comoresposta intensificou a luta, persistindo na reivindicação de integrar um Governo de transição com o MPLA como prelúdio para ainstituição de um regime multipartidário e para a realização de eleições livres.
A 24 de junho de 1989, na